Seus participantes falam em ‘coragem’, ‘humildade’ e ‘determinação’ para melhorar a qualidade da educação em seus municípios. ”Mas não há nenhuma mágica na bem sucedida experiência de Sobral com alfabetização e melhora dos índices educacionais no município; o que estão fazendo ali é direcionar corretamente os investimentos, estabelecer metas, avaliar resultados e, principalmente, priorizar a educação com total centralidade na criança”. Assim a diretora de Tratamento e Disseminação de Informações Educacionais do Inep, Linda Goulart.
Dicas para o PPP:
1. Ver cada turno da escola como uma configuração específica. O ambiente de trabalho e os resultados obtidos podem variar muito em cada configuração.
2. Procurar ver o “invisível” – um plano de trabalho com pessoas precisa deixar espaço para a intuição e o sentimento.
3. Ampliar o conceito de necessidades da escola. Partir das necessidades dos sujeitos (alunos, professores, funcionários, direção, equipe pedagógica) em atividade (brincar, conviver, aprender, estudar, ensinar, cozinhar, limpar, zelar, vigiar, tomar notas, fazer reuniões, receber os pais, etc).
4. Ampliar o conceito de adequação. Agregar novos critérios além do tamanho, tais como, ventilação, iluminação, silêncio, segurança, beleza, conforto, funcionalidade.
5. Cuidado com a análise do ambiente relacional. Não psicologizar demais, não cristalizar imagens das pessoas, não gerar estigmas.
É coisa óbvia que haja carência das áreas
municipais, mas é óbvio também que, tendo de
enfrentar suas dificuldades, elas as superarão e
só as enfrentando aprenderão a marchar.
Paulo Freire
Porém essa sociedade deseja um ser ideal, moldado por sua instituição social, a escola. Dessa forma, um padrão para o sucesso é estabelecido e não há o que se esperar daqueles indivíduos que não se enquadram, levando-se em consideração as características sócio-econômicas, culturais ou familiares por parte da escola ou as características das ações pedagógicas dos professores na visão da família.
Assim a justificativa frequentemente utilizada, de forma a retirar a responsabilidade de ambas as partes, está na utilização dos mais diversos rótulos, a partir da dificuldade de aprendizagem. Ações como está, resultam no determinismo de insucesso, sobre o meio social do indivíduo, transformando a escola em um instrumento de reprodução do status-quo.
Portanto, a fundamentação do fracasso escolar está na perspectiva de repelir do ambiente escolar os fatores não condizentes com o aluno ideal, através da disciplina homogeneizante, requerida pela sociedade.
“Deseja-se um ser perfeito e promete-se reparar o fracasso parental e social. Essa concepção, ancorada em um ideal que não se pode alcançar, marca a criança esperada pela escola de nossos dias.” (Bossa, p.23)**
Logo, a reunião desses temas tem como contribuição para as questões do ensino, a crítica contínua das ações educacionais e conscientização da influência do sistema educacional na formação do social para romper com a perpetuação do senso comum no ato de aprender.